Fábio e Olavo Branco, são irmãos gémeos, têm 26 anos e vendem conteúdo explícito na internet.
«Tudo começou no final de 2020, com uma brincadeira para passar o tempo durante a pandemia. Depois do feedback da nossa comunidade no TikTok que, na altura, já contava com centenas de milhares de pessoas, decidimos vender fotografias e vídeos nossos, de cariz mais sexual. Não sabíamos o que era o OnlyFans, mas o número de sugestões dos nossos seguidores, para que criássemos um perfil, aguçou a nossa curiosidade. Fizemos algumas pesquisas e encontrámos muitas notícias de famosos de Hollywood, a fazer fortunas na plataforma. A verdade é que tínhamos terminado os estudos e estávamos desempregados. Pensámos: porque não? Entrámos e arriscámos. Atualmente estamos em duas plataformas: Top4Fans e F2F. Começámos por vender conteúdo erótico com roupa interior. Ao início, não fazíamos nada explícito, porque também estávamos no processo de nos libertar de alguns preconceitos. Com o tempo e com o incentivo dos fãs, começámos a expor-nos mais. O que vendemos é um fetiche para quem nos segue.»
«[…] a verdade é que isso [serem gémeos] é uma fantasia para muitas pessoas, tanto mulheres como homens. Pensávamos que só iríamos ter público gay, mas ficámos a perceber que temos muitas mulheres, também, a subscrever as nossas páginas. Em suma, vendemos não só o fetiche de “incesto”, que acaba por nem acontecer, mas também fetiches relativos a pés, axilas, entre outros, desde que nos sintamos confortáveis.»
«Apesar de termos tido sempre mente aberta, com o tempo, limámos algumas arestas quanto ao preconceito. Consideramos as pessoas se bloqueiam em
tabus e não se permitem a ser felizes, com medo do julgamento. Sexo e erotismo existem desde sempre! Por que razão se criam tabus perante algo tão natural? Isto é um trabalho como qualquer outro. Cada pessoa que trabalha, vende um pouco de si em troca de dinheiro. Até agora, e de uma forma geral, sentimos mais
repercussão a nível familiar, por fazermos estes conteúdos. Não foi fácil lidar com isso e ainda não é. Ainda assim, somos totalmente independentes, e acabamos por conseguir relevar alguns comentários que poderiam afetar-nos.»
Leia o testemunho completo na edição 100 da revista CRISTINA.