AMOR é AMOR.
“Chovia. Esta é a primeira lembrança do início.
Todos os que estávamos naquela sala guardámos o momento. Sentimos a bênção. O que aí vinha era novo, inesperado, entusiasmante, e tinha um nome: CRISTINA. Ia nascer a revista CRISTINA.
O meu sim imediato ao projeto não adivinhou logo o que seria esta jornada tão intensa. Foram dez anos de trabalho muito compensadores. Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro protagonista, ainda não era presidente. Lembro-me, como se fosse hoje, do telefonema que lhe fiz e de como me deu força para começar.
Dia 7 de março marca o arranque. O Largo do Chiado, em Liaboa, reuniu a equipa que segurava balões cor-de-rosa nas mãos e, no coração, as incertezas do que seria a receção do público. Foi um estrondo. Um sucesso que a fez esgotar em instantes. A partir daí a história está escrita.
O papel guardará a memória de tantas vidas, tantas histórias, opiniões, moda, receitas, crónicas e pontos de viragem.
Falaram de nós vezes sem conta, surpreendemos com capas arrojadas, fracturantes, únicas. Despimos pessoas e despimo-nos de preconceitos. Fomos liberdade desde sempre.
Ao longo destes anos, recebi milhares de mensagens de pessoas que não perderam uma. Enviam-me fotografias que comprovam. Emigrantes que esperavam, religiosamente, que chegasse um bocadinho do país naquelas páginas. Passámos por uma pandemia com quiosques fechados, falência de empresas parceiras que nos ficaram com o dinheiro todo (um dia hei de contar), fomos ao chão e levantámo-nos sempre. Por orgulho e paixão.
Esta edição guarda uma década. 116 edições. Mais de 19 mil páginas. Guarda também a minha vida. Afinal, tinha o meu nome. E, sendo este um projeto de amor, só poderia ser este o fecho. Ponto final.”
Este é o FIM. OBRIGADO a todos!