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O filme do momento: Isto acaba aqui

Ago 26, 2024 | Revista

26
Ago, 2024

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Na verdade, pode muito bem ser um grande começo. Saiba tudo, na revista CRISTINA de agosto, sobre o filme que resulta da adaptação de um dos maiores sucessos da escritora Colleen Hoover, numa conversa com o seu protagonista e realizador.

Quando Justin Baldoni leu pela primeira vez o futuro best-seller de Colleen Hoover, Isto Acaba Aqui, em 2019, sabia que aquela história, poderosa e comovente, era algo especial. “Eu estava a lançar a Wayfarer Studios [produtora audiovisual] e procurava um tipo muito específico de filme. Queria algo que pudesse ser extremamente comercial e, ao mesmo tempo, ter o potencial de impactar e inspirar uma mudança real”, recorda Baldoni. “O meu agente literário enviou-me o livro e disse: ‘Isto pode parecer inesperado, mas lê. Este livro é muito especial’. Sem saber do que se tratava, comecei a ler. Lembro-me de ser atraído pela cena no telhado, sem ter ideia para onde estava a ir, e de me apaixonar pela Lily e pelo Ryle. No final do livro, chorei. Fiquei muito emocionado e sabia que este era exatamente o tipo de filme de que estávamos à procura”. Isto Acaba Aqui gira em torno do romance complicado entre a aspirante a empreendedora Lily, interpretada por Blake Lively, e o charmoso porém taciturno neurocirurgião Ryle, interpretado por Justin Baldoni, e é vagamente baseado no relacionamento entre a mãe e o pai de Colleen Hoover.

CRISTINA – Quando é que decidiu que se queria desafiar, assumindo a interpretação de um dos protagonistas, além da realização de Isto Acaba Aqui?
JUSTIN BALDONI – Originalmente, a minha intenção era apenas realizar. Mesmo assim, questionei-me muito: “Será que o filme não deveria ser realizado por uma mulher? Eu posso realizar isto?”. Ao conversar com muitas mulheres e sobreviventes de abuso, e trabalhar com organizações como NoMore.org, todos concordaram que, acima de tudo, esta é uma história humana. Quanto à interpretação, enquanto eu estava no processo de adquirir os direitos de adaptação do
livro, havia uma parte de mim que queria integrar o elenco, mas quase tinha medo de dizer isso em voz alta.

CRISTINA – Então, como aconteceu?
JUSTIN BALDONI – Antes de fecharmos oficialmente o nosso acordo, a Colleen enviou-me um e-mail a perguntar: “Já pensaste se gostarias de interpretar um
personagem no filme? Talvez o Ryle? Consigo ver isso a acontecer”. O facto de, depois de ler o livro, me ter sentido atraído para interpretar o Ryle e, depois,  receber aquele e-mail da Colleen… Parecia uma confirmação. Ao preparar-me para o papel, tinha interesse em trazer mais de mim para a personagem, ao invés de tentar tornar-me uma versão da personagem que tantos milhões de leitores criaram na sua imaginação. Queria retratá-lo de uma forma que pudesse ajudar-nos a entender o que a Lily poderia amar no Ryle, porque havia ali um amor verdadeiro.

CRISTINA – Lily é interpretada por Blake Lively. Como correu a vossa colaboração?
JUSTIN BALDONI – A Blake esteve envolvida em todas as áreas de produção. Ela é uma criativa que melhora tudo aquilo em que se envolve. Estar numa cena com alguém tão criativo, que entende todos os lados da produção, e ver como a sua resposta mudaria se eu levasse a personagem muito longe, ajudou-me
a saber o que ajustar como ator e como realizador. Ela estava muito sintonizada com as nuances da interpretação, para ambos, e sou muito grato por tudo o que ela fez para tornar este filme tão bonito quanto é. Considero que ela nos deu a performance de uma vida, e mal posso esperar para que as pessoas vejam o quão formidável ela está neste filme.

CRISTINA – Como geriu as tarefas de realizar o filme e interpretar uma personagem ao mesmo tempo?
JUSTIN BALDONI – Grande parte é preparação. Trabalhei muito os aspetos emocionais da personagem para que, quando fosse hora de ir para a frente da câmara, pudesse incorporá-lo sem pensar. Tive um incrível coach de representação e passámos muito tempo a trabalhar na fisicalidade e no estado emocional
do Ryle. Fiz tudo o que podia para me preparar, enquanto estava a preparar o filme, para que Ryle pudesse viver no meu corpo. Quando chegava a hora de filmar, eu compunha a cena, bloqueava [o trabalho do realizador], e depois deixava ir, permitindo que o Ryle surgisse da forma que precisasse.

CRISTINA – Como abordou as cenas mais intensas? Imagino que tenha precisado de um coordenador de intimidade e um coordenador de luta ou duplo.
JUSTIN BALDONI – Desde o início sabíamos que não poderíamos fazer este filme sem coordenadores de intimidade. No entanto, o filme exigia duas pessoas diferentes: um coordenador de intimidade e um coordenador de duplos, porque há momentos neste filme onde essas duas coisas acontecem ao mesmo tempo.
Acabámos por ter um trabalho colaborativo maravilhoso entre a coordenadora de intimidade e a coreógrafa de luta. Lizzy Talbot e Chelsea Cary foram as nossas coordenadoras de intimidade e trouxemos uma respeitada coordenadora de duplos, Lauren Shaw, que é também uma querida amiga minha, para todo o trabalho que envolvia uma mistura de intimidade e duplos. Era muito importante tê-las no set.

CRISTINA – Porquê?
JUSTIN BALDONI – Não só para que todos nos sentíssemos seguros, mas também porque elas eram colaboradoras incríveis, com ideias maravilhosas, que realmente elevaram o filme. Enquanto atores, quando fazemos um filme como este, toda a tensão vive no nosso corpo. Houve momentos em que, por um segundo, tive literalmente de deixar o set antes da cena seguinte, para “sacudir” ou libertar [a emoção] o melhor que pude. Tê-las no set, e sempre na minha linha de visão, foi inestimável porque, a qualquer momento, eu podia olhar para uma delas em busca de um sinal positivo, ou trabalhar noutra abordagem em conjunto. Elas foram uma parte muito importante e integral do nosso processo.

[…]

CRISTINA – Destaca como favorito algum dia de filmagens ou momento específico com o elenco e a equipa técnica?
JUSTIN BALDONI – O meu episódio preferido de todo o processo aconteceu depois das filmagens terminarem. Foi no primeiro teste de projeção, no Colorado. Pedi à Colleen que estivesse presente. Era a primeira vez que iria ver o filme e ela levou a mãe e o marido. Depois de o filme terminar, a mãe dela saiu da sala com lágrimas nos olhos e deu-me um grande abraço. Agarrou-se a mim e repetiu: “Obrigada. Muito obrigada”. Tenho uma fotografia de todos nós a abraçarmo-nos naquele momento. Foi tão bonito. Desde o início, prometi à Colleen que protegeria o livro. Só queria que este filme estivesse emocionalmente próximo para a Colleen e para a sua mãe, que viveu uma versão desta história. Vou lembrar-me daquele abraço para o resto da minha vida.

CRISTINA – O que espera que o público sinta com o filme?
JUSTIN BALDONI – Para mim, esta foi sempre uma história sobre amor e, na sua essência, é um filme muito esperançoso. Quero encorajar o público, ou qualquer leitor, a ver o filme e saber que, embora existam momentos intensos, ele foi pensado para nos deixar esperançados e empoderados. A esperança não menospreza a dor nem a tristeza que a Lily vive no filme. Em vez disso, em muitos aspetos, é um filme esperançoso por causa da dor que ela suportou. Ver uma personagem forte superar as adversidades e encontrar força, paz e alegria é uma coisa muito bonita. Espero, e acredito, que isso vá deixar o público otimista e pronto para quebrar qualquer ciclo que precise de ser quebrado, nas suas próprias vidas.

O filme já está nos cinemas, mas enquanto não vê o filme, leia a entrevista completa na revista CRISTINA deste mês.

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