É o mais novo de uma família de artistas, e está agora a começar o seu próprio caminho. De um desgosto de amor fez o primeiro álbum e conta, agora, tudo à CRISTINA.
CRISTINA – Decidiste lançar este teu trabalho dividido em quatro partes. Porquê?
TIAGO BANDEIRA – Há vários motivos. Sinto que, quando iniciei o processo do álbum, não tinha a ideia de o fazer em quatro atos, mas à medida em que o fui criando, comecei a escrever uma história e a descobrir muitas coisas dentro de mim, inclusive em termos musicais. E esses quatro atos nasceram por si só. É engraçado, porque estava numa fase de explorar muitos tipos de música, a tentar encontrar-me, e houve realmente quatro divisões sonoras, quatro divisões de história, quatro divisões de tempo. Aconteceu, foi natural. E, quando vi o álbum finalizado, fez para mim todo o sentido apresentá-lo assim, por fases. Um outro motivo foi sentir que, neste momento, o consumo de música está tão rápido que, se eu lançasse o meu álbum por inteiro, um trabalho que fiz durante dois anos ia ser absorvido, talvez, durante um mês, para depois ser esquecido. Seria de rápido consumo. Desta forma, estou a dar tempo às canções. Como a história que motivou o disco foi tão importante para mim, gostava que as pessoas conseguissem absorver um bocadinho mais das dez músicas que preparei.
CRISTINA – Quando é que vai estar tudo cá fora, para podermos fazer a viagem completa?
TIAGO BANDEIRA – Até ao final do ano o álbum estará todo cá fora, sendo que o terceiro e quarto atos vão ser lançados em separado, como o primeiro e o
segundo.
CRISTINA – Nesta coleção de canções vai existir alguma colaboração?
TIAGO BANDEIRA – Isso foi algo sobre o qual pensei muito, e queria muito fazer, mas nada avançou. Não há featurings a nível de outros cantores a cantarem
comigo, mas tive a ajuda na composição, da parte de vários artistas incríveis, como Rita Onofre, Iolanda, João Borges, Velhote do Carmo, Martim Seabra, Jüra. São incríveis, incríveis, incríveis. Sinto que aquela história está muito bem da maneira que está contada, sem outras vozes além da minha. Sinto que é o modo mais verdadeiro que tenho de entregar as músicas. Já estou a trabalhar noutros projetos e, aí sim, quero começar com as colaborações.
CRISTINA – Este OPIA é um disco sobre o fim de uma relação, o fim de um amor, e tu assumes que é um trabalho muito autobiográfico. Vês a música como um melhor amigo, ou uma melhor amiga, com quem desabafas? Foi esse papel que teve ao longo deste breakup?
TIAGO BANDEIRA – Teve esse papel, mas de uma forma agridoce. Acolhi a música como um porto seguro naquela fase, era a única maneira que tinha de conseguir expressar-me, de conseguir analisar o que estava a acontecer comigo. Foi a primeira vez que tive um desgosto amoroso, que me partiram o coração.
Leia a entrevista completa nas páginas 120 a 124 na revista CRISTINA deste mês.