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Luís Borges: «Não podem dizer que sou mau como manequim nem como pai»

Jul 22, 2024 | Revista

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Jul, 2024

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Luís Borges destaca-se como um dos principais modelos nacionais e internacionais. Criou a sua própria marca, que lhe foi roubada no princípio deste ano. Da infância difícil resultou a vontade de ser o melhor pai possível para Lurdes, Bernardo e Eduardo.

CRISTINA – Luís, este ano começou de forma inesperada. A tua marca, que construíste ao longo de três anos, foi registada por outra empresa e perdeste tudo o que tinhas conquistado na Call Me Gorgeous. Como lidaste com essa derrota?
LUIS BORGES – Acho que é o mesmo sentimento de quando perdes alguém, quando morre alguém. É a realidade. A Call Me Gorgeous era o meu bebé, custou-me muito a criar a marca. Muito esforço financeiro e pessoal. Tudo o que conquistámos foi uma vitória. Conseguimos mostrar que não era só uma marca comercial, que também passava uma mensagem. Todo esse trabalho foi por água abaixo quando registaram, de má-fé, a minha marca. Pensei: já lutei tanto, por tanta coisa, não quero mais uma luta. Agora, é como se recomeçasse. Fiquei mal, a minha saúde ressentiu-se, mas sou de dar a volta por cima.

CRISTINA – A diversidade era a grande mensagem da tua marca. Podemos esperar que continue a ser a tua bandeira?
LUIS BORGES – Sou manequim há 17 anos, ainda que agora não tão no ativo, e uma coisa que sempre me fez impressão é o facto de se dizer que tem de haver manequins diferentes, mas na prática isso não acontecer. Hoje em dia acontece, porque é quase uma imposição. E lá vão buscar uma manequim plus size, mas que tem um milhão de seguidores no Instagram. Quando criei a marca, queria realmente mostrar que era possível fazê-lo bem feito. Gosto de poder dar a conhecer novos rostos, como a Manuela [Kriola], que fez um casting aberto para a marca e hoje já foi capa de uma revista de moda. Acho que o meu futuro poderá passar por aí, gosto de ajudar os outros a terem visibilidade.

CRISTINA – Esta questão da marca foi só mais uma provação e a tua vida tem sido cheia delas. Voltando atrás, à tua infância, as memórias que tens são de felicidade?
LUIS BORGES – Não são felizes, tive momentos felizes, mas não uma infância completamente feliz. Hoje olho para trás e vejo que os meus pais me amaram da maneira que sabiam. Não sabiam outra. Perdi a minha mãe com cancro e acho que foi uma das piores coisas da minha vida, porque não estávamos otimamente. Depois de me terem convidado a sair de casa, quando disse que queria ser manequim, ficou sempre uma barreira invisível entre nós. Mas depois consegui resolver com o meu psiquiatra algumas coisas e percebi que foi a maneira que tinham de me amar.

CRISTINA – Com uma história como a tua, como se aprende a ser pai?
LUIS BORGES – Pois, não tendo tido um exemplo daquilo que, na minha cabeça, é ser pai, acho que… aprendi à minha maneira. Completamente. Não tem nada a ver com o que tive. Aprendemos, eu e o Eduardo, mas ele era aquele pai que fazia tudo o que eles queriam. Eu não sou esse pai. Quero que eles cresçam com objetivos, que sejam bons na escola. Eles já vivem num mundo em que o pai é famoso, em que aparecem nas revistas… essas coisas, na cabeça das crianças, é preciso explicar. Explicar que precisam de trabalhar para ter aquilo que querem. Não é só pedir. Não podem dizer que sou mau como manequim nem como pai. Isso eu sei que faço bem. Do resto, digam o que quiserem.

Leia a entrevista completa nas páginas 82 a 87 da revista CRISTINA de julho.

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