Criada em finais de 2022, mas com novas funcionalidades lançadas nas últimas semanas, esta solução digital, com génese no espírito inconformado e inovador de um jovem farmacêutico, visa combater um dos maiores problemas de saúde pública: o uso incorreto de medicamentos. Doentes, cuidadores informais e profissionais de saúde podem, agora, gerir as suas terapêuticas à distância de um simples clique.
Com a correria diária, quantas vezes já esqueceu os horários de toma dos medicamentos prescritos, deixou passar a hora da toma, esteve em alerta, para relembrar os familiares mais idosos, ou acabou por tomar um fármaco errado? A verdade é que o uso incorreto dos medicamentos por parte dos utentes é um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que “50% dos utentes não efetuam a toma dos medicamentos corretamente”, o que resulta em 10% dos internamentos hospitalares em todo o mundo.
No caso de Portugal, esse risco para a saúde é acentuado por uma população cada vez mais envelhecida e solitária, que muitas vezes não tem a quem pedir auxílio, em caso de dúvidas sobre a medicação.
Nos finais de 2022, João Mota criou a Terah – uma aplicação móvel para apoiar os doentes e os cuidadores informais sobre a melhor forma de tomar o fármaco, tendo como referência uma base de dados de mais de 50 mil medicamentos aprovados pelo Infarmed. O conceito do Terah foi evoluindo e, nas últimas semanas, a solução digital, que se posiciona como uma plataforma disruptiva a nível mundial, por combinar o conhecimento científico, a tecnologia e a informação clínica dos utentes, lançou uma nova versão mais clara e interativa: basta registar os seus dados bioquímicos (peso, tensão arterial…) e digitalizar os códigos de barras dos medicamentos e a partir desse instante a Terah, além da informação sobre os fármacos, tem a capacidade de analisar a medicação do utente como um todo, de modo a detetar eventuais interações medicamentosas ou duplicações; após essa análise, para reduzir a possibilidade de esquecimento, o sistema propõe “uma definição dos alarmes de acordo com a posologia recomendada e já alinhados para os momentos ideais da toma”.
Leia este artigo na página 96 da revista CRISTINA de maio.