Cristina Ferreira subiu, pela quarta vez, ao palco da Web Summit. Desta vez o tema era Inteligência Artificial (AI). Num espaço completamente sobrelotado falou, na sua língua-mãe, para centenas de pessoas sobre a sua perspectiva acerca da evolução tecnológica e a inteligência artificial,e ainda fez uma brincadeira sobre o Chat GPT (pediu ao Chat GPT para fazer um discurso emocional para a Web Summit sobre os perigos da inteligência artificial) para demonstrar que há uma diferença muito grande entre lidar com máquinas e lidar com pessoas: a emoção. E acrescenta «aquilo que eu pedi à máquina, não tinha lá a minha vida, não tinha lá as minhas emoções, não tinha lá aquilo que eu já vivi, não me tornava única perante uma plateia».
INTELIGÊNCIA . ARTIFICIAL, foi assim que a diretora de Entretenimento e Ficção da TVI iniciou o seu discurso para alertar que o ponto faz toda a diferença.
Durante 13 minutos cativou a plateia que a ouviu atentamente e marcou as pessoas com algumas mensagens e reflexões importantes:
«Nós vivemos tempos de liberdade condicionada, em que o medo que temos do que os outros vão dizer, do que os outros vão julgar, daquilo que vão comentar, nos impede de darmos a nossa opinião sobre os assuntos, […] nos impede de sermos livres, de podermos expressar exatamente aquilo que queremos, de publicar aquilo que queremos numa rede social que supostamente é nossa. E onde nós nos deveríamos conhecer todos uns aos outros, então por que é que já pensamos tantas vezes antes de publicarmos alguma coisa?[…] E estamos todos a viver num clima de algum receio de sermos nós próprios»
«O que me assusta é continuarmos a viver a retirar aquilo que somos, como somos, o que vivemos, o que queremos, o que sonhamos, o que desejamos, daquilo que se estabeleceu como certo, o convencional, aquilo que cada um de nós deve fazer nesta situação. Aquilo que eu espero do Outro é que seja ÚNICO. Aquilo que eu quero de cada pessoa que se cruze no meu caminho é que seja, realmente, diferenciada.»
«Sempre que vos falarem de Inteligência Artificial, usem o ponto, para sabermos que é preciso usar a Inteligência e sermos, cada vez menos, Artificiais».
Recorde-se que em 2021, Cristina Ferreira subiu pela primeira vez ao palco da Web Summit em Lisboa e falou sobre fragilidades.
«Tu tens de falar muito bem inglês. Errado. Deves, mas eu não falo muito bem inglês e estou aqui. Mas isto não é sobre falar uma língua, é sobre fragilidades.»
Em 2022 falou sobre a importância do EU:
«Muitas vezes não fazemos coisas com o medo de errar. E se não estás a errar, é sinal que não estás a fazer nada novo. […] O mundo inteiro está no verbo SER. Existe o Tu e o Nós, o Eles… mas o que vem primeiro é o EU. Porque tu és o líder da tua própria vida. Se não te conhecem, não podem decidir por ti. […] Uma profissão dá-te dinheiro. O sonho dá-te dá-te felicidade. És rico quando és feliz!»
Em Maio deste ano rumou ao Brasil para participar como oradora da Web Summit, pela terceira vez.
«Sou uma pessoa, não sou um produto. Eu só posso mostrar aquilo que eu entendo que, a nível profissional, é essencial para que as pessoas me conheçam. […] Norteamo-nos pela verdade, para que as pessoas não percam nunca a confiança naquilo que nós estamos a dizer. Quando se perde a confiança, perde-se a marca. […] Não tenho de ser politicamente correta, nós escolhemos o nosso caminho. Nós podemos ir ao encontro daquilo que todos querem ouvir ou nós podemos ir decididos, livres, e no caminho que nós escolhemos para a nossa vida. Eu escolhi esse, nem sempre é o mais fácil, mas é quando tu decides que essa é a tua verdade, e que tens de fazer esse caminho, que as pessoas percebem que tu não estás a enganar ninguém. […] Se tiveres quem te ame e quem te odeie, então é porque és original. E eu prefiro ser original».
