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Aos homens não fica tão mal…

Out 11, 2023 | Revista

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Out, 2023

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Certas atitudes, palavras e gestos parecem ter género e ser penalizadores, quando praticados por mulheres. Porquê? Questiona a revista CRISTINA.

Homens e mulheres. Não é uma guerrilha permanente, mas é um jogo complexo que pode ser avaliado de muitas formas. O que destingue os comportamentos, ao ponto de se maldizer uma mulher por ter uma atitude masculina? A resposta é, tantas vezes, simplificada deste modo: é cultural. Ou, pior ainda, é uma questão de elegância. Será? Fizemos uma lista de comportamentos que penalizam as mulheres e que não provocam nem um reparo, se praticados por homens. A conclusão? A sociedade evolui, mas ainda falta muito caminho, até chegarmos a um entendimento correto e abrangente do termo “paridade”.

 

SENTAR-SE COM AS PERNAS ABERTAS
Uma mulher nem deve cruzar as pernas. Quem conhece o protoloco real, seja o inglês ou o espanhol, para o efeito qualquer um serve, sabe que as mulheres da realeza dobram as perninhas e colocam-nas mais a direito, cruzadas ou abertas é que não podem ficar. Porque uma mulher não é um homem. Com o advento das calças, é óbvio que as mulheres se sentem mais à vontade para estar como entendem, até de pernas cruzadas à chinês, mas há sempre alguém a condenar. A mulher perde a sua feminilidade? Perde é a liberdade, se der ouvidos a certas pessoas, dizemos nós.

 

DIZER PALAVRÕES
Um homem pode lançar os palavrões que lhe apetecer. Comece a palavra por “C'”, por “P” ou por “F”, ou por outra letrinha do alfabeto. Tem direito à verborreia, a deitar cá para fora, com legitimidade, as suas emoções mais básicas, usando o vernáculo que entender. Uma mulher, ao fazê-lo, é considerada ordinária. Sem nível. Porque uma mulher deve ter um certo vocabulário, uma certa contenção. Tudo isto para manter a ordem natural das coisas, é típico e exclusivo do homem ser mais grosseiro. Eis um estereótipo como outro qualquer, e que devemos mandar às urtigas até porque, como se sabe, nada melhor do que libertar um palavrão quando o stress o exige, a começar pelo desespero perante tanta ideia feita, tanto machismo escondido.

 

TER VÁRIAS RELAÇÕES AMOROSAS
Uma vida sexual ativa, no feminino, está associada, no imaginário coletivo, à ideia de loucura, de descontrolo. Porque o prazer e a paridade de desejo é algo que, historicamente, não se admite às mulheres. Casar várias vezes, ter vários namorados, reivindicar a sua sexualidade, eis situações que melindram muitas almas, homens e mulheres.

 

GANHAR MUITO DINHEIRO
Como é que uma mulher ganha mais dinheiro que um homem, sem ser acusada de ter prestado favores sexuais? Com dificuldade, eis a resposta. Uma mulher não pode ganhar muito dinheiro por mérito próprio? As questões do dinheiro suscitam tanta suspeição e inveja, que até as mulheres encaram as mulheres
que estão bem na vida, financeiramente, com alguma desconfianca. Se um homem ganhar muito dinheiro, a explicação é fácil: coitado, trabalha tanto, aos fins de semana, sem feriados, sem férias. Esta forma de entender o mérito das mulheres, as suas conquistas profissionais, é um dos maiores atestados de menorização que se conhece. É certo que a maioria dos homens ganha mais do que as mulheres, e que vamos precisar de viver mais um século, dizem os estudos, para atingir a paridade salarial; mas daí a condenar uma mulher que ganha muito dinheiro vai um passo gigante, no sentido de diabolizar o que é apenas trabalho e valor, qualidade e excelência. Que uma mulher seja capaz de tanto parece ainda pasmar muita gente.

 

Leia o artigo completo na revista CRISTINA deste mês.

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